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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fanatismo

“Minh’alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver,
Pois que tu és toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu amor, a ler,
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!….

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina, fala em mim!

E olhos postos em ti, digo de rastos
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Florbela Espanca

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