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terça-feira, 18 de maio de 2010

Cai fora de mim,

Não espere mais que eu revele suspiros na sua direção.
Seus poemas declamados em meus ouvidos,agora, não passam de meros ruídos.
De nada adiantarão. Já veio a noite.
O sol se abrigou por detrás das montanhas e chamou a lua para tomar posse do céu. Já é tarde.
Os poemas que,com minhas mãos suadas,esperei saírem da sua boca ressecada,dormiram no ponto,perderam a hora do encontro,chegaram atrasados...
Ainda assim,sua insistência não desiste e me persegue.
E você insiste em resgatar dos meus olhos algum rastro de fagulha e catar na minha pele algum resto do seu cheiro.
Movimentos em vão.
Nada se ficou por mim.

Mas, inconformado,você retorna a me cantar poemas e me olha e depois chora e espera de mim alguma reação que lhe traga novamente um sorriso de fome saciada.
Movimentos em vão. Eu lhe peço que engula cada verso inventado por seu amor demorado. Acostumei-me com o gosto do tempo que,mesmo destemperado,soube enganar aquele sabor incansável (pensava eu) de você.
E não espere que,ao falar o seu nome,seja lá por qual motivo for,alguma fagulha ameace renascer das cinzas que você mesmo pintou nos olhos da minha alma.

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