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segunda-feira, 8 de março de 2010


No desequilíbrio dos mares,as proas giraram sozinhas...
Numa das naves que afundaram é que tu certamente vinhas. Eu te esperei todos os séculos,sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto.
Quando as ondas te carregaram, meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias. Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a côr que tinham e a lembrança do movimento. E o sorriso que eu levava desprendeu-se e caiu de mim: e só talvez ele ainda viva dentro dessas águas sem fim.

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